Cerimónia no dia 28 de outubro, às 10h30, junto ao monumento aos
combatentes, na Avenida Dr. Sidónio Pais.
Realiza-se no próximo dia 28 de outubro, terça-feira, às 10h30, na Av.
Dr. Sidónio Pais, junto ao monumento aos combatentes na Grande Guerra, em
Barcelos, uma cerimónia evocativa do centenário da Grande Guerra, organizada
pela Liga dos Combatentes (fundada em 1923), que contará com a presença do Presidente
da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes.
A cerimónia inclui o
descerramento de uma placa evocativa do centenário e deposição de uma coroa de
flores no monumento, bem como a leitura de mensagens do Presidente da Liga dos
Combatentes, Coronel João Paulo Amado Vereda, e do Presidente da República.
Preside à cerimónia um oficial
superior da Escola Prática dos Serviços da Póvoa de Varzim, contando com uma
força militar daquela Escola que procederá à colocação da coroa de flores e
efetuará os seguintes toques: Silêncio, Homenagem aos Mortos em Combate,
Alvorada.
A cerimónia é uma iniciativa do
Ministério da Defesa e decorre em dois tempos: primeiro nas capitais de
Distrito (já realizada no dia 18 de outubro) e depois nas cidades onde existam
monumentos aos combatentes da Grande Guerra, como é o caso de Barcelos. Existem
no país 115 desses monumentos.
A participação portuguesa na
Grande Guerra mobilizou cerca de 105 mil efetivos, distribuídos pelos teatros
de operações da Europa e da África, registando-se milhares de mortos, feridos e
prisioneiros.
Barcelos na Grande Guerra
Barcelos na Grande Guerra
Panfleto contra a
participação portuguesa na primeira grande guerra profetiza a tragédia.
A imagem apresenta um
panfleto intitulado “ Portugueses”, sobre a participação de Portugal na 1ª
Guerra Mundial, condenando a decisão dos políticos no envolvimento de Portugal
no conflito mundial.
Fonte : Fundação
Mário Soaresbr a participação
A Brigada do Minho
A BRIGADA DO MINHO NA
"ILUSTRAÇÃO PORTUGUEZA"
A Brigado Minho! Ninguém, que
o conheça, fala hoje d’esse galhardo núcleo de tropas portuguezas, que se não
sinta estremecer à evocação das famosas legiões d’outros tempos, que no mais
aceso da ação tinham o que quer que fosse de aparições lendarias, ás quaes só
estava reservado o extremo glorioso de vencerem ou morrerem.
Porque morrer não é ser vencido,
como também o acentuou há quinze dias n’estas mesmas paginas esse valente e
ilustre cabo de guerra, o General Gomes da Costa, descrevendo a celebre batalha
de Lys, e prestando também homenagem á Brigada do Minho. Nem um só dos seus
oficiaes e dos seus soldados vacilou quando viu tudo perdido. O inimigo não
deitou mão a nenhum, que já não estivesse inutilizado, pelas feridas ou pelos
gazes, para se defender. Os que ele não levou e que conseguiram tornar a ver os
seus camaradas da retaguarda e as suas famílias, é porque, estendidos no campo,
os julgaram mortos ou incapazes de resistirem á perda ou á intoxicação de
sangue.
Mas o que é a Brigada do Minho?
perguntará o leitor possuído sem dúvida do maior interesse.
Eis a sua história singela
contada por um dos seus oficiaes mais distintos:
“Em abril e maio de 1917 tinha
sido organizado no C.E.P. o 5º regimento de infantaria, constituído pelos
batalhões do 3, 8 e 29. Porque estas tres unidades recrutavam no Minho, e
porque o batalhão do 20 tinha a mesma proveniência, o coronel Adolfo Almeida
Barbosa, comandante do regimento e depois investido do comando da 4ª brigada
d’infantaria, conseguiu que este ultimo batalhão fosse integrado na brigada,
que, desde então, ficou conhecida pela “Do Minho”.
Todos os batalhões da brigada
tirocinaram junto de unidades inglesas e todos foram louvados, especialmente o
29, que suportou um violento ataque inimigo em 23 e 24 de agosto, tendo feito
alguns prisioneiros.
Conhecida em Portugal a ação das
tropas do Minho, foi-lhes oferecida uma bandeira pelas senhoras d’aquela
província, e especialmente bordada pela filha do coronel Barbosa e pela esposa
do capitão do 3, Luiz Gonzaga do Carmo Pereira Ribeiro, hoje desaparecido em
combate.
Muitos mezes passaram e varias
praxes burocraticas foi preciso vencer, para que a bandeira chegasse a França e
fosse entrega á Brigada, então guarnecendo o sector de Fauquissart (Laventie),
onde estava ainda no memoravel combate de 9 de abril, na batalha de Lys.
Faltava a consagração oficial, e,
para isso, em 28 de maio ultimo, formaram as tropas restantes da Brigada e as
disponíveis da 2ª Divisão, que prestaram todas as honras á heroica bandeira,
que foi coberta de flores pelas senhoras da Cruz Vermelha.
Fonte: Ilustração Portugueza, nº
650, de 5 de agosto de 1918
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