segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Cerimónia evocativa do Centenário da Grande Guerra em Barcelos.

Cerimónia no dia 28 de outubro, às 10h30, junto ao monumento aos combatentes, na Avenida Dr. Sidónio Pais.

Realiza-se no próximo dia 28 de outubro, terça-feira, às 10h30, na Av. Dr. Sidónio Pais, junto ao monumento aos combatentes na Grande Guerra, em Barcelos, uma cerimónia evocativa do centenário da Grande Guerra, organizada pela Liga dos Combatentes (fundada em 1923), que contará com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes.
A cerimónia inclui o descerramento de uma placa evocativa do centenário e deposição de uma coroa de flores no monumento, bem como a leitura de mensagens do Presidente da Liga dos Combatentes, Coronel João Paulo Amado Vereda, e do Presidente da República.
Preside à cerimónia um oficial superior da Escola Prática dos Serviços da Póvoa de Varzim, contando com uma força militar daquela Escola que procederá à colocação da coroa de flores e efetuará os seguintes toques: Silêncio, Homenagem aos Mortos em Combate, Alvorada.
A cerimónia é uma iniciativa do Ministério da Defesa e decorre em dois tempos: primeiro nas capitais de Distrito (já realizada no dia 18 de outubro) e depois nas cidades onde existam monumentos aos combatentes da Grande Guerra, como é o caso de Barcelos. Existem no país 115 desses monumentos.

A participação portuguesa na Grande Guerra mobilizou cerca de 105 mil efetivos, distribuídos pelos teatros de operações da Europa e da África, registando-se milhares de mortos, feridos e prisioneiros.

Barcelos na Grande Guerra








Panfleto contra a participação portuguesa na primeira grande guerra profetiza a tragédia.


A imagem apresenta um panfleto intitulado “ Portugueses”, sobre a participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial, condenando a decisão dos políticos no envolvimento de Portugal no conflito mundial.     
Fonte : Fundação Mário Soaresbr a participação 


A Brigada do Minho


A BRIGADA DO MINHO NA "ILUSTRAÇÃO PORTUGUEZA"
A Brigado Minho! Ninguém, que o conheça, fala hoje d’esse galhardo núcleo de tropas portuguezas, que se não sinta estremecer à evocação das famosas legiões d’outros tempos, que no mais aceso da ação tinham o que quer que fosse de aparições lendarias, ás quaes só estava reservado o extremo glorioso de vencerem ou morrerem.
Porque morrer não é ser vencido, como também o acentuou há quinze dias n’estas mesmas paginas esse valente e ilustre cabo de guerra, o General Gomes da Costa, descrevendo a celebre batalha de Lys, e prestando também homenagem á Brigada do Minho. Nem um só dos seus oficiaes e dos seus soldados vacilou quando viu tudo perdido. O inimigo não deitou mão a nenhum, que já não estivesse inutilizado, pelas feridas ou pelos gazes, para se defender. Os que ele não levou e que conseguiram tornar a ver os seus camaradas da retaguarda e as suas famílias, é porque, estendidos no campo, os julgaram mortos ou incapazes de resistirem á perda ou á intoxicação de sangue.
Mas o que é a Brigada do Minho? perguntará o leitor possuído sem dúvida do maior interesse.
Eis a sua história singela contada por um dos seus oficiaes mais distintos:
“Em abril e maio de 1917 tinha sido organizado no C.E.P. o 5º regimento de infantaria, constituído pelos batalhões do 3, 8 e 29. Porque estas tres unidades recrutavam no Minho, e porque o batalhão do 20 tinha a mesma proveniência, o coronel Adolfo Almeida Barbosa, comandante do regimento e depois investido do comando da 4ª brigada d’infantaria, conseguiu que este ultimo batalhão fosse integrado na brigada, que, desde então, ficou conhecida pela “Do Minho”.
Todos os batalhões da brigada tirocinaram junto de unidades inglesas e todos foram louvados, especialmente o 29, que suportou um violento ataque inimigo em 23 e 24 de agosto, tendo feito alguns prisioneiros.
Conhecida em Portugal a ação das tropas do Minho, foi-lhes oferecida uma bandeira pelas senhoras d’aquela província, e especialmente bordada pela filha do coronel Barbosa e pela esposa do capitão do 3, Luiz Gonzaga do Carmo Pereira Ribeiro, hoje desaparecido em combate.
Muitos mezes passaram e varias praxes burocraticas foi preciso vencer, para que a bandeira chegasse a França e fosse entrega á Brigada, então guarnecendo o sector de Fauquissart (Laventie), onde estava ainda no memoravel combate de 9 de abril, na batalha de Lys.
Faltava a consagração oficial, e, para isso, em 28 de maio ultimo, formaram as tropas restantes da Brigada e as disponíveis da 2ª Divisão, que prestaram todas as honras á heroica bandeira, que foi coberta de flores pelas senhoras da Cruz Vermelha.
Fonte: Ilustração Portugueza, nº 650, de 5 de agosto de 1918






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